Quer comprar a fração de um hotel Hard Rock? Entenda como funciona a multipropriedade.
por: Carlos Castro, CFP® em 02/05/2021Financiamento Imobiliário
A bandeira Hard Rock Hotel planeja inaugurar no Brasil pelo menos seis empreendimentos nos próximos anos. Em parceria com a incorporadora VCI serão construídas unidades nos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, São Paulo e Paraná.
Com exceção de um hotel business na Avenida Paulista, todos os empreendimentos pretendem atrair quem quer investir no modelo de multipropriedade. Nele, o comprador adquire uma fração do quarto do hotel e, assim, ganha o direito de utilizá-lo em determinado período do ano.
Para decidir se vale a pena apostar na novidade, antes de tudo, é preciso conhecer bem o modelo e colocar algumas coisas na balança.
Como funciona?
A multipropriedade deriva da economia compartilhada. É mesmo conceito do Uber, dos coworkings e das antigas bicicletas Yellow. Funciona assim: ao invés de comprar um apartamento sozinha, a pessoa compra apenas uma cota dele e isso lhe dá o direito de utilizá-lo durante uma ou duas semanas do ano, por exemplo.
Não é apenas um sistema de reserva antecipada, pois o comprador tem direito a uma escritura efetivamente. Assim, ele pode alocar suas semanas ou então transferi-las para quem desejar.
Lançamentos
Entre os hotéis planejados pela VCI, estão o Hard Rock Hotel Fortaleza, na praia de Lagoinha, no Ceará, e o Hard Rock Ilha do Sol, em Sertaneja, no estado do Paraná. Hoje, as unidades estão em processo de venda, mas ainda não foram inauguradas.
Os dois hotéis, mesmo com os impactos da pandemia, fecharam o mês de novembro com mais de R$ 700 milhões em vendas. “De junho de 2018 quando a gente lançou o hotel de Fortaleza, até agora, nós tivemos 47% de valorização média das cotas”, acrescenta Fábio Neri, vice-presidente da VCI.
Ainda estão em fase de planejamento as unidades de Foz do Iguaçu (PR), Natal (RN), Campos do Jordão (SP) e Recife (PE).
Vantagens
Luxo acessível – os compradores que adquirem cotas dos apartamentos têm o direito de ocupá-lo por algumas semanas, pagando apenas pelo que pretendem usufruir.
Troca de hotel – é possível trocar os pontos das semanas as quais se tem direito por uma estadia em qualquer outro hotel da intercambiadora. São 4.000 unidades espalhadas pelo mundo no caso da VCI.
Pool de locação – Outra opção para as semanas não utilizadas é o pool de locação do hotel. Mesmo se o apartamento não for alugado, o comprador garante uma renda, pois é feito um rateio sobre o valor da diária versus a ocupação.
Patrimônio – No caso da multipropriedade, o proprietário tem uma fração ideal do imóvel que não expira. Ela pode valorizar e ser doada como qualquer imóvel.
Fique de olho
Para o planejador financeiro CFP Carlos Castro, a multipropriedade pode ser uma boa aposta para diversificar os investimentos. No entanto, é preciso se atentar a algumas particularidades:
Disponibilidade – É preciso ser realista quanto as possibilidades de usufruir com frequência as cotas adquiridas. Digamos que você tenha acesso ao bem todos os anos na primeira semana de março, quais são as chances desse período coincidir com as suas férias? Essa é uma época que daria o retorno desejado caso opte por entrar no pool de aluguel?
Contrato – A multipropriedade foi regulamentada no Brasil em 2018 e ainda não possui uma grande tradição legislativa no país. Por isso, os termos de aquisição de um imóvel nesse formato podem variar bastante. Verifique taxas e possibilidades que a incorporadora oferece para uso e locação.
Risco – como qualquer imóvel, a valorização é incerta. O investimento é uma aposta tanto na localização, quanto na aderência do público brasileiro à multipropriedade. No longo prazo, a aquisição pode ser uma boa alternativa para aqueles que, em tempos de Selic baixa, buscam aumentar a geração de renda. Recomenda-se dedicar à compra o correspondente a 5% da carteira de investimentos. Assim, o impacto nas finanças não será tão grande caso o imóvel não renda o esperado.
Publicado em UOL 6 Minutos
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