O que você precisa saber antes de se tornar um trabalhador autônomo

No Brasil o trabalho por conta própria tem aumentado bastante. Em dezembro de 2021 o número de trabalhadores por conta própria chegou a 24,8 milhões, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – o recorde da série histórica, que iniciou em 2012. Isto significa que a cada 4 pessoas ocupadas no Brasil, uma trabalha por conta própria.

O trabalho autônomo é visto como uma opção ao desemprego gerado pelo cenário de crise, como na pandemia, por exemplo (que se estende até hoje). E de fato é, mas para fazer dar certo é necessário saber algumas coisas, como as que eu vou te contar agora.

O que é o trabalho autônomo?

Segundo a legislação previdenciária, o trabalhador autônomo é aquele que exerce, habitualmente e por conta própria, atividade profissional remunerada, prestando serviço de caráter eventual a uma ou mais empresas, sem relação de emprego.

Pode também prestar serviço para pessoas físicas de forma concomitante ou não. E o trabalhador autônomo assume total responsabilidade sobre o produto ou serviço que oferece.

Os autônomos podem ser de dois tipos:

- Prestador de serviço de profissão não regulamentada, como vendedor, cozinheiro, cabeleireiro;

- Prestador de serviço de profissão regulamentada sem vínculo empregatício, também conhecido como profissional liberal, como advogado, psicólogo, nutricionista.

Mas será que é só essa a diferença entre os profissionais liberais e os outros profissionais autônomos?

São duas as principais diferenças para os demais trabalhadores autônomos: os liberais precisam ter registro no respectivo conselho (quando houver), e podem, em paralelo, ter vínculo empregatício de acordo com a legislação vigente relativa à sua categoria.

Em ambos os casos, o profissional deve recolher imposto de renda, ISS ou ICMS, PIS e INSS, além das taxas dos conselhos, se for o caso.

Assim, entendemos que todos os profissionais liberais são autônomos, mas nem todos os autônomos são liberais.

Sabemos que cada profissão exige características específicas do profissional, mas, provavelmente, todos os prestadores de serviços autônomos precisarão saber lidar com pessoas, já que será necessário vender seu produto ou serviço. Assim, é preciso entender quem é o seu cliente e onde ele se encontra, estabelecendo um público-alvo para que você possa se conectar diretamente com ele.

Além disso, é necessário não ter medo de desafios ou de resolver problemas, pois na carreira autônoma é você com você mesmo! Uma boa dica é fazer uso de sua criatividade. As soluções podem vir por conexões que nem imaginaríamos.

Outra questão importante a se pensar antes de decidir pela carreira de profissional autônomo é referente à carga horária de trabalho. O profissional que não é subordinado a um chefe ou uma empresa pode ter um horário diferenciado. Mas, o horário flexível pode ser vilão ou mocinho! Sem uma carga horária de trabalho pré-definida, é comum observar dois problemas ocorrerem:

- Se perder nas tarefas da rotina e destinar pouco tempo à atividade profissional, achando que conseguirá resolver tudo rapidinho e, com isso gerar atrasos nas entregas e perda na qualidade do serviço; ou

- Se tornar escravo do trabalho e, quando se der conta, a vida pessoal e a saúde já estarão pedindo socorro!

Para lidar melhor com isso, cabe estudar um pouco sobre técnicas para manter a disciplina. Você também pode pedir ajuda a um planejador financeiro, pois ao traçar seus objetivos e mensurá-los, você saberá o quanto precisa se dedicar para alcançá-los.

E, para pessoas com maior dificuldade de organização, também pode ser interessante contratar um coach de saúde integrativa, de modo a ajudar na organização do tempo de forma saudável.

Outro ponto importante a ser analisado, quando se deseja trabalhar por conta própria, é a instabilidade de demanda e consequente instabilidade de renda. Isso envolve um estudo do seu público-alvo e estratégias para captação de clientes. Construir uma rede de contatos. Para isso, profissionais especializados em Marketing podem ajudar bastante. Além disso, mais uma vez o planejamento financeiro ajuda criando reservas que te deixarão mais tranquilo nos momentos de “seca”. E fazendo um planejamento prevendo férias, décimo terceiro e outras coisas que o profissional autônomo que não se planeja, não tem.

Cabe ainda um último conselho: converse com pessoas que já atuam na área que você deseja atuar. Entenda como é a rotina, quais são os maiores desafios, os pontos fortes e pontos críticos e de posse dessas informações, se questione quanto à sua vontade/necessidade, para que a sua decisão seja mais consciente e seus passos mais direcionados ao sucesso!